MV Bill canta a música, Só Deus pode me julgar | ao vivo no Domingão do ...



MV Bill canta a música, Só Deus pode me julgar, ao vivo no Domingão do Faustão



Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar

Minha autoestima não é fácil de abaixar

Olhos abertos fixados no céu

Perguntando a Deus qual será o meu papel

Fechar a boca e não expor meus pensamentos

Com receio que eles possam causar constrangimentos

Será que é isso? Não cumprir compromisso

Abaixar a cabeça e se manter omisso

A hipocrisia, a demagogia se entregue à orgia

Sem ideologia, a maioria fala de amor no singular

Se eu falo de amor é de uma forma impopular

Quem não tem amor pelo povo brasileiro

Não me representa aqui nem no estrangeiro

Uma das piores distribuições de renda

Antes de morrer, talvez você entenda

Confesso para ti que é difícil de entender

No país do carnaval o povo nem tem o que comer

Ser artista, pop star, pra mim é pouco

Não sou nada disso, sou apenas mais um louco

Clamando por justiça, igualdade racial

Preto, pobre é parecido mas não é igual

É natural o que fazem no senado

Quem engana o povo simplesmente renuncia o cargo

Não é cassado, abre mão do seu mandato

Nas próximas eleições bota a cara como candidato

Povo sem memória, caso esquecido

Não foi assim comigo, fiquei como bandido

Se quiser reclamar de mim, que reclame

Mas fale das novelas e dos filmes do Van Damme

Que teve no Brasil, no programa do Gugu

Rebolou, vacilou, agachou e mostrou

Volta pra América e avisa pra Madonna

Que aqui não tem censura, meu pais é uma zona

Não tem dono, não tem dona, nosso povo tá em coma

Erga sua cabeça que a verdade vem à tona

É! Mantenho minha cabeça em pé!

Fale o que quiser. Pode vir que já é!

Junto com a ralé, sem dar marcha ré!

Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé!

Soldado da guerra a favor da justiça

Igualdade por aqui é coisa fictícia

Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo

Mas tenta me imitar se olhando no espelho

Preconceito sem conceito que apodrece a nação

Filhos do descaso mesmo pós-abolição

Mais de 500 anos de angústia e sofrimentos

Me acorrentaram, mas não meus pensamentos

Me fale quem... Quem!?

Tem o poder... Quem!?

Pra condenar... Quem!?

Pra censurar... Alguém!?

Então me diga o que causa mais estragos

100 Gramas de maconha ou um maço de cigarros?

O povo rebelado ou polícia na favela?

A música do Bill ou a próxima novela?

Na tela, sequela, no poder corrupção

Entramos pela porta de serviço

Nossa grana não

Tá bom... Só pra quem manda bater

Pisando nos humildes e fazendo nosso ódio crescer (CV)

MST, CUT, UNE, CUFA (PCC)

O mundo se organiza, cada um a sua maneira

Continuam ironizando

Vendo como brincadeira, besteira

Coisa de moleque revoltado

Ninguém mais quer ser boneco

Ninguém quer ser controlado

Vigiado, programado, calado, ameaçado

Se for filho de bacana, o caso é abafado

A gente é que é caçado, tratados como réu

As armas que eu uso é microfone, caneta e papel

A socialite assiste a tudo calada

Salve! Salve! Salve!

Oh! Pátria amada, mãe gentil

Poderosos do Brasil

Que distribuem para as crianças cocaína e fuzil

Me calar, me censurar porque não pode fala nada

É como se fosse o rabo sujo falando da bunda mal lavada

Sem investimento, no esquecimento, explode o pensamento

Mais um homem violento

Que pega no canhão e age inconsequente

Eu pego o microfone com discurso contundente

Que te assusta. Uma atitude brusca

Dignificando e brigando por uma vida justa

Fui transformado no bandido do milênio

O sensacionalismo por aqui merece um prêmio

Eu tava armado mas não sou da sua laia

Quem é mais bandido? Beira-Mar ou Sérgio Naya?

Quem será que irá responder

Governador, senador, prefeito, ministro ou você?

Que é caçado e sempre paga o pato

Erga sua cabeça para não ser decepado

É! Mantenho minha cabeça em pé!

Fale o que quiser. Pode vir que já é!

Junto com a ralé, sem dar marcha ré!

Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé!

Como pode ser tragédia a morte de um artista

E a morte de milhões, apenas uma estatística?

Fato realista de dentro do Brasil

Você que chorava lá no gueto ninguém te viu

Sem fantasiar, realidade dói

Segregação, menosprezo é o que destrói

A maioria é esquecida no barraco

Que ainda é algemado, extorquido e assassinado

Não é moda, quem pensa incomoda

Não morre pela droga, não vira massa de manobra

Não me idolatra, mauricinho da TV. Não deixa se envolver

Porque tem proceder. Pra quê? Por quê?

Só tem paquita loira. Aqui não tem preta como apresentadora

Novela de escravo, a emissora gosta. Mostra os pretos

Chibatados pelas costas





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Abraços.



Barão
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